SEJAM BEM VINDOS

ESPERO AGRADAR A TODOS VOCÊS

terça-feira, 19 de outubro de 2010

O Ser ( A maldade que alicia)

“Já faz um tempo que ele vem como uma sombra, onde ele passa seus rastros de dor e de destruição ficam, não sei como iremos escapar desse “Ser” que ninguém nunca vê, mas de uma coisa tenho certeza se não fizermos nada morreremos”.
Essas não podem ser minhas ultimas palavras, não admito que sejam... Como tudo na vida devo lhes contar pelo inicio não pelo meio, nem pelo final, já que o final ainda é incerto, mas talvez de tudo que falei e falarei o final pode ser o mais certo e o mais vivo, pois ate agora é só nele que penso.
Ele chegou como uma pessoa normal, nada lhe parecia faltar, eu sempre tão distante de tudo e de todos só o observava,
Para mim não havia nada de estranho, a não ser seu cajado a mão esquerda, minha avo sempre me falou que visitantes que trazem coisas importantes à mão esquerda, por onde passam deixam má sorte, eu nunca acreditei na velha suja e burra, ate ver esse “Ser”, já falarei mais sobre ele.
Eu moro em Borë um pequeno povoado no meio do nada, viver aqui não é bom, Borë é um lugar frio e muito seco, as poucas pessoas que residem em Borë, só vive aqui por que são muito pobres e alguns já vivem na miséria, e eu não sou uma exceção, mas apesar do clima gelado e seco, eu acho que vivo feliz isso por que... A neve que cai nos dias mais frios do ano mostra para mim que nem tudo é tão ruim como parece ser e que um dia tudo irá melhorar e eu acredito nela.
Eu nunca fui uma boa filha, nem boa neta, muito menos uma boa irmã, sempre odiei todos, são sujos, fedidos e o pior são burros e ignorantes, para eles um punhado de comida e um colchão rasgado e imundo basta para viver, para mim não, quero ir alem, não me conformo em viver assim, e com a chegada desse “Ser” tive a impressão de que muita coisa iria mudar.
Como falei eu vivo em Borë um pequeno povoado longe de tudo, para sair daqui ou chegar aqui tem que agendar a viagem, com varias semanas de antecedência... Por ser um povoado pobre e muito pequeno quase ninguém vem aqui ou sai daqui, o trem nunca passa, só quando alguém quer mesmo partir e mesmo assim demora dias e ate semanas para ele passar, só passa mesmo quando faz uma viagem que pega o mesmo caminho o que é muito raro.
Há anos não vinha ninguém aqui, e esse tabu só foi quebrado quando o “Ser” chegou, todos em Borë ficaram admirados com a visita inesperada, e nem notaram como ele era estranho, sua respiração saia em baforadas como se ele fosse feito de fogo e estivesse perto de explodir,como não temos hotéis ele se instalou na pequena pensão suja da gorda Rans, uma mulher extremamente gorda e feia, eu sempre fui curiosa e como tal, tratei logo de ficar de olho na visita, dei a ele o nome de “SER”,
Pois ele parecia com um “ser” estranho para mim, nada mais.
Passei dias vigiando ele, e em um desses dias notei algo estranho, sua pele era azul, não um azul bonito como a neve de noite, mas um azul escuro e sombrio depois de ver como sua pele era estranha passei a vigiar muito mais eu seguia ele para todos os lugares, ele vivia de capa então ninguém nunca via sua pele, e como aqui e frio as pessoas achavam normal, eu não, mesmo no frio uma hora você tem que mostrar partes de seu corpo, eu passava horas atrás do “Ser”, queria saber o que ele queria nesse pequeno povoado pobre, que interesses ele tinha aqui... Passaram se dias para algo novo e mais estranho acontecer, dessa vez ele estava em seu quarto na pensão e eu estava escondida no quarto ao lado, como a pensão era velha havia alguns buracos na parede era perfeito, eu podia ver tudo o que ele fazia sem me cansar, estava quase anoitecendo quando ele levantou da cama onde ficou por horas, pegou seu cajado e fincou no chão bem no meio quarto, o cajado começou a tremer e uma luz forte emanou dele, eu fiquei assombrada com tudo aquilo, ele não era normal, não como todos desse lugar... Fiquei olhando atordoada com tudo aquilo, quando o cajado parou de brilhar uma voz grossa e rouca começou a falar,meus olhos se arregalaram, eu procurei a outra pessoa que falava, mas não havia ninguém no quarto só o “Ser” e o cajado... A voz por mais rouca que fosse falava claramente e foi com toda essa clareza que ela disse:
“Destrua logo esse lugar, essa terra me pertence sem o poder que nasce dela, não poderei voltar à vida e não quero que fique uma só alma viva, mande todas para mim, todas!”
Ele ouviu e não disse absolutamente nada, só fez um leve movimento com a cabeça confirmando o que tinha escutado, naquele momento percebi era o fim de Borë, eu odiava esse lugar e as pessoas que nele viviam e o pior quantas vezes não desejei que esse lugar desaparecesse e agora isso iria acontecer, a minha avó me dizia isso direto: “as palavras tem poder quando ditas com vontade e do fundo da alma”. Não lembro se havia desejado do fundo de minha alma e isso não importava agora, eu tinha que fazer alguma coisa, só não sabia o que?
Passaram se alguns dias eu ate pensei em contar para todos, mas seria loucura e ninguém iria acreditar em mim, não que eu fosse mentirosa, mais tinha a fama de ser louca, falar seria bobagem e perda de tempo e isso eu não tinha, o momento agora pedia calma e clareza, eu detestava esse lugar e todos aqui, mas não iria gostar de alguém fazendo mal a eles que não fosse eu.
Fui para as montanhas precisava pensar, e depois seguir ele para todos os lugares já estava me cansando... Subi as montanhas com certa dificuldade, estava frio e os flocos de neve que caiam não ajudava,quando cheguei ao topo,fui ate um grande pinheiro que para mim servia de abrigo e esconderijo nos dias de raiva e ódio... Pensei em desmascara-ló, mostrar ao povo sua verdadeira face, mas seria perigoso ele poderia destruir tudo, mas rapidamente, passei horas ao pé do pinheiro pensando... E não percebi quando o “ser” se aproximou, ele veio lentamente e com todo o cuidado, para não me assustar e falou: _você e ágil e muito astuta, me seguiu desde o dia em que me instalei na pensão... E por pouco quase não a percebi. Você tem futuro e seus olhos dizem que carrega um ódio enorme dentro de si...
Meu coração batia acelerado, o medo estava estampado em minha face como uma mascara, naquele momento só o que vinha a minha mente era a morte, eu sabia iria morrer e o pior nem ao menos pude salvar o povoado.
Novamente ele interrompeu meus pensamentos e disse:
_Não tenha medo... Não irei te machucar, só quero saber se você quer se aliar a mim?
_Eu... Eu ouvi tudo, você vai destruir o povoado e todos que habitam nele.
_Você é a pessoa que mais odeia aquele lugar, porque se importa... Ninguém gosta de você.
_Eu sei, não precisa me lembrar.
_Veja só o que tenho a lhe oferecer e vai ver que ganhará bem mais se juntando a mim, quer ouvir?
_Fale?
_Riquezas, poder, poderá viajar e sair dessa miséria que a cerca, terá o mundo... Tudo o que você desejar será seu.
O que achou?
_Bem tentador... Posso pensar?
_Claro minha bela jovem... Eu já vou quando se decidir me procure... Você sabe onde me encontrar e não tenha medo, não irei fazer nenhum mal a você.
Ele me olhou nos olhos antes de descer a montanha, e parecia enxergar algo que eu nem imaginava ter dentro de mim.
Sentei outra vez ao pé do pinheiro, tudo aquilo era tentador eu desejava ter todas essas coisas, e ali estava a minha grande oportunidade. Sair daquela pobreza,ter tudo que sempre desejei,seria maravilhoso, não passar mais fome, nem frio, estar limpa o tempo todo, conhecer outros lugares, ter poder,quando eu teria isso vivendo aqui, nessa miséria eu nunca iria para frente, viveria uma vida como a de meus pais, suja, pobre e fedida.
Eu pensei a tarde toda, e por muito pouco não peguei no sono, já era tarde e logo iria escurecer era a hora de ir, resolvi dar a resposta para ele no dia seguinte, eu precisava de mais tempo.
Fui para casa, se é que aquilo poderia ser chamado de casa,quando entrei,minha velha avó me disse: _cuidado menina... Cuidado!
Não entendi o que ela queria me dizer, mas não me importava, ela era só uma velha louca mesmo.
Fui para minha cama e peguei no sono tinha um longo dia amanha, cheio de importantes decisões.
Logo que amanheceu, eu me levantei, me preparei para ir à pensão, mas antes de ir observei todo o lugar, a vida daquelas pessoas estava em minhas mãos, e eu já tinha feito minha escolha não pensei em mais nada e fui logo à pensão,quando entrei olhei para a gorda Rans,uma velha suja, fedida ela me sorriu com todos aqueles dentes estragados eu a ignorei e fui até o quarto do “Ser”, eu precisava perguntar a ele o seu nome, por que chama-lo assim já estava me cansando... Quando cheguei à porta de seu quarto ela já estava aberta, ele já sabia que eu viria eu entrei com um, certo receio, mas não iria voltar atrás era a hora de agir.
Ele me olhou e sorriu parecia estar feliz com a minha decisão e disse: _ Que bom que você veio, estava a sua espera... Tenho boas noticias para lhe dar, é hoje o grande dia o dia em que tudo isso vai sumir do mapa, e seu futuro chefe ficará feliz em saber que você me ajudou, e te recompensará muito bem por sua boa ação.
_ Como sabe que vou aceitar?
_Seus olhos dizem isso minha pequena.
_quero te perguntar uma coisa, como se chama?
_Meu nome... Faz tempo que não o escuto, me chamo FOBOS, você não precisa dizer o seu, o conheço muito bem, e posso dizer que seus pais foram imprudentes em te dar esse nome LAQUESIS...
_Só espero mesmo que seja boa a recompensa, pois não gosto de pouco...
_certo. Vejo que você é ambiciosa, logo será poderosa e tudo o que desejar será seu, agora venha vamos acabar logo com isso!
Não vou negar que teve certo momento que pensei em desistir, mas minha ambição falou mais alto e resolvi continuar no caminho que eu havia escolhido,saímos da pensão e fomos para o centro do povoado,quando chegamos lá,ele fincou seu cajado no chão,e começou a falar em uma língua estranha que eu não conhecia,dessa vez não ouvi vozes,o cajado emanou um luz negra que logo desapareceu,ele tirou o cajado do chão e pegou em minha mão e me disse:
_de que forma você gostaria que eles fossem mortos?
Eu me assustei com a pergunta, mas já havia imaginado essa cena milhares de vezes “o chão se abrindo e dele saído muita lava que cobria Borë”. Só que na hora não me veio esse pensamento e sim um mais cruel, um que talvez nem o próprio Fobos, teria imaginado e já que era para ser cruel eu iria ser.
_quero que esse lugar seja devorado por insetos carnívoros, que eles comam todas as pessoas daqui uma por uma.
_Um belo desejo, e como eu te falei, todos seus desejos serão realizados...
Fobos era extraordinário, com duas palavras um enxame se insetos invadiu Borë, que aos poucos ia sendo devorada, eu não sabia, mas me agradava ver sofrimento dos outros principalmente daquelas pessoas que por tantos anos zombaram de mim, agora era minha vez de zombar deles, eles corriam de um lado para o outro, desesperados sendo devorados vivos pelos insetos, eu não contive minha crise de riso ao ver aquela cena, isso ate minha velha avó me interromper ela veio ate mim, toda deformada e disse: _ há sua hora ira chegar, e será muito pior.
Antes que ela terminasse seu velho corpo sujo caiu no chão já sem vida, Fobos e eu fomos embora já não restava mais nada para ser feito em Borë, para Fobos a missão estava concluída e para mim uma nova vida começava uma vida de riquezas e poder.
Fim por enquanto...
Michelle O.Souza

4 comentários:

  1. puta santa que me pariu, meu santo mijonir quebrado!!!!!
    que historia fodaaaa!!!!!!!!
    vai ter continuação??????
    quero saber o que acontece com a LAQUESIS e o FOBOS *---*

    ResponderExcluir
  2. Obg,e vai ter a continuaçao,espero escrever ela logo.
    mas aguarde vai ficar melhor que essa.

    ResponderExcluir
  3. Oi,finalmente eu pude ler.História muito profunda,o lado mal do ser humano..rs A índole vendida pelo dinheiro e poder...Gostei bastante..Da pra criar uma saga... Esse FOBOS,me lembra o gandalf de senhor dos anéis.rs..

    até mais,mih^^

    ResponderExcluir
  4. Olá Michele, que veia literária é essa ein?! Muito bom esse conto, envolvente, me prendeu até o último instante! A ganância, a ambição, foram muito bem retratadas! Espero continuação! bjO*

    ResponderExcluir