SEJAM BEM VINDOS

ESPERO AGRADAR A TODOS VOCÊS

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

O Ser (o mau que te possui) final

“Eu ando agora como as sombras, sem uma direção certa, sigo os passos das outras pessoas, e faço o que devo fazer, na hora que tenho que fazer, sem perguntar o motivo e o porquê”.
Estou a 5 anos vivendo com Fobos, depois dos acontecimentos em Borë nunca,mas nos separamos,nesses 5 anos muitas coisas aconteceram,presenciei varias mortes e ate ajudei em algumas e com o passar dos anos fui me acostumando com o cheiro do sangue e com os gritos de desespero das vitimas,acho que no fundo sempre fui sádica, tem momentos que chego a me empolgar com as mortes, Fobos me disse que no futuro irei ficar em seu lugar,que o cajado que ele nunca larga será meu e eu o comandarei,posso dizer que... Não vejo a hora de esse dia chegar, mas antes que ele chegue tenho coisas para fazer, uma delas é descobrir quem é o Ser que fala com ele através do cajado, e a outra e me curar dos constantes pesadelos que não saem da minha cabeça eles me atormentam dia e noite sem cessar, às vezes acho que já estou à beira da loucura e existem certos momentos que tenho a certeza de que já estou louca... Nesses 5 anos destruímos famílias, matamos inocentes e roubamos órgãos e corpos tudo para saciar aquele que eu nunca vejo só ouço, Fobos sabe quem é, mas não me fala só diz: na hora certa você ira saber.
Mas se tem algo que odeio é esperar, e é por esse motivo que vou abusar do meu sadismo para matar Fobos e roubar - lhe o cajado, assim saberei quem é esse ser tão poderoso, que manda e desmanda nas nossas vontades, mas antes tenho que arquitetar um plano para pegar Fobos. Sei o quanto Fobos é poderoso, mas também sei que boa parte de sua força vem do cajado, tirar ele de perto do cajado não vai ser fácil, mas darei um jeito...
Hoje o dia começou agitado, Fobos acordou antes do nascer do sol, fincou seu cajado no chão da pensão onde estávamos hospedados, dessa vez o cajado não brilhou, Fobos recitou algumas palavras em uma língua que ate hoje não conheço nem compreendo, depois de recitar as palavras o cajado começou brilhar e a voz falou em um tom grave... _Porque demorou tanto, sabe como odeio esperar, e não tenho tempo... Como andam os preparativos para minha chegada, o corpo já esta completo?
Fobos não demorou a responder e disse: _ sinto muito, mas ainda faltam alguns detalhes essências, e o tempo é curto para tanto a ser feito.
O Ser em tom de raiva retrucou quase gritando _ já te dei tempo demais, tem ate amanha para concluir tudo ou matarei você! E não ouse me dar mais desculpas, nada que vier a me falar mudará minha decisão. Depois de ditas essas palavras ele calou e o cajado parou de brilhar, Fobos respirou profundamente como se quisesse se livrar logo disso, ele caminhou em minha direção, me acordou, sem saber que eu já estava acordada ouvindo tudo, mandou que eu me levantasse e me arrumasse,iríamos partir imediatamente.
Saímos da pensão, antes do sol aparecer, andamos ate a ferrovia,quando o trem passou,embarcamos, eu não sabia para onde estávamos indo, e também não quis perguntar, meu tempo também estava curto, eu tinha que da um jeito de pegar o cajado, e matar Fobos, só assim iria descobrir quem é o Ser que tanto fala com ele...
Passei a viajem toda pensando em uma maneira, de roubar o cajado, mas nada me veio à mente, talvez fosse à hora de agir de uma maneira diferente, e era isso que eu ira fazer.
Quando chegamos ao nosso destino, uma pequena cidade chamada Poente fomos à procura de uma pensão para nos hospedar, Fobos não me falou o que iríamos fazer, mas pela expressão em seu rosto não era fácil.
Na pequena cidadezinha não havia pensões, mas um casal de idosos alugou um quarto para nos por três dias, guardamos nossas coisas que não eram muitas, e saímos para explorar,quando saímos da casa,Fobos me falou que havia na cidade uma criança que acabara de nascer, e que o Ser queria o coração dela.
Achar um recém nascido não é fácil, mas conseguimos encontra-lo, era um bebê lindíssimo, um menino, sua mãe o amamentava,quando invadimos a casa, nunca pensei que Fobos fosse agir daquela maneira, ele foi literalmente direto ao assunto e arrancou o bebe do seio de sua mãe, que começou a gritar desesperada, eu fiquei ali parada vendo tudo acontecer, vivi alguns anos com o Fobos e nesses anos em nenhum momento o vi agir assim, sem um plano antes.
A mulher gritava alto pedindo socorro, mas seus gritos não duraram muito tempo, eles se calaram quando Fobos arrancou sua cabeça com um golpe de cimitarra, uma espécie de espada com a lamina curva, tudo aconteceu muito rápido. Saímos da casa correndo para no sermos vistos, Fobos carregava o bebê e o cajado que ele nunca soltava, eu em meus pensamentos tentava achar uma maneira de matar Fobos e descobrir quem era o Ser por trás de tantas mortes.
Corremos ate uma floresta, e lá iniciou o ritual para arrancar o coração do recém nascido, eu nunca fui uma garota sensível, mas aquela criança mexeu comigo, ele era muito novinho, mas tinha um olhar penetrante, o que chamou minha atenção. Aproveitei que Fobos saiu para falar com o Ser, e me aproximei do bebê, seus olhos acinzentados brilhavam, eu me senti fraca e zonza diante o bebê, vozes vieram a minha cabeça, estava tudo embaralhado, eu não entendia direito, mas aos poucos fui me concentrando, e consegui entender o que ele dizia: _ não pense que sou um bebê inofensivo, este corpo foi escolhido por mim, para reinar neste mundo, o Ser que você serve não chega nem aos pés de quem sou não conheço você, mas sei o que você quer e posso te dar, mas para isso terás que fazer algo para mim, e não pense que estou dependente de você, com um simples pensamento posso me desfazer de vocês dois.
Aquelas palavras me paralisaram, já havia visto varias coisas esquisitas e estranhas nesses cinco anos que vivi ao lado de Fobos, mas nenhuma me assustou tanto, um bebê aparentemente inofensivo, era um mal encarnado, sua voz rouca parecia vim das profundezas da terra, o seu olhar acinzentado mudou de cor e passou a ser negro gélido, seu meio sorriso era sádico e ele não parecia estar blefando, talvez o Ser não soubesse quem ele era, mas ele sabia exatamente quem o Ser era, fique atordoada, tinha uma escolha a fazer, não era a primeira escolha difícil da minha vida, mas era com toda certeza a mais assustadora, talvez a minha união a esse bebê facilite minha vida, ele pode me ajudar a matar Fobos, e assim terei o cajado e com ele em mãos poderei descobrir quem é o Ser, estou obcecada, para saber quem ele é e o que quer com tantos corpos e órgãos e o mais importante porque me deixou viver. Meus pensamentos me possuíram e por muito pouco não esqueci de responder, se aceitava ou não me juntar ao pequeno bebê.
Resolvi mudar um pouco o acordo e disse a ele: _ eu aceito te ajudar, com algumas condições, o cajado será meu, e eu mesma quero matar Fobos, não seria nada agradável para mim vê-lo morrer por outras mãos que não fossem as minhas...ah já estava quase me esquecendo,matar Fobos não será nada fácil,não sei qual é o seu ponto fraco e com o cajado ele se torna um alvo muito poderoso.
Quando terminei de falar o pequeno bebê caiu em gargalhadas, eu não via a graça,mas ele ria como se estivessem fazendo cócegas nele,antes que o interrompesse, ele parou de rir e me encarou,respirou profundamente parecia procurar algo dentro de si e me falou: _Poderoso sou eu! Você já deve ter se perguntado varias vezes por que Fobos não tira sua capa?!
Eu respondi: _ já sim, e porque ele não tira a capa?
Ele pareceu se deliciar com a resposta que iria me dar como não tínhamos muito tempo ele foi rápido e falou: _ preste bem atenção, você não pode errar, Fobos tem uma enorme ferida em seu peito, tem anos que ele tenta achar a cura, e ate hoje ele nunca a encontrou e essa ferida esta matando ele, sua única fonte de poder é o cajado sem ele, Fobos se torna mais frágil que um recém nascido, pegue a cimitarra dele espere ele chegar perto de mim, quando ele virar as costas para você agarre ele e não perca tempo enfie a cimitarra na ferida,tenho certeza que a dor será imensa... Ah não se esqueça de pegar o cajado, o resto pode deixar comigo.
Tudo estava indo muito bem, logo eu teria o cajado e mataria Fobos, mas algo dentro de mim me deixou em alerta, estava realmente tudo muito perfeito e isso me deixou muito preocupada, mas minha sede de sangue, falou mais alto que meu instinto, havia chegado o momento que tanto sonhei...
Esperei ate que Fobos retornasse da mata, dessa vez ele havia demorado mais que de costume, logo que ele chegou, eu me preparei e lembrei das palavras do bebê “não pode errar”, Fobos foi ate o bebê, ele sempre olhava para as vitimas antes de executá-las e dessa vez não foi diferente, deu uma ultima olhada e começou o ritual.
O ritual da morte como ele chama, é uma celebração nada agradável, ele fala em uma língua estranha,e depois mata as vitimas,são poucos os casos que ele não faz o ritual, borë foi um desses casos, aproveitei o momento para fazer o que o bebê havia mandado, mas não deu muito certo,quando me aproximei com a cimitarra ele abriu os olhos,e me viu, eu não pude fazer nada naquele momento então fui pra cima dele com tudo, mas ele me derrubou, e tomou a cimitarra das minhas mãos, parecia que o feitiço havia virado contra o feiticeiro, só que no meu caso eu não podia perder ao meu lado havia um pedaço de madeira e quando ele veio para me furar com a cimitarra eu enfiei a madeira nos peitos dele, agora sim eu tinha começado a sentir o doce sabor do meu desejo, com o pé eu o empurrei e ele caiu de costas gritando de dor, peguei a cimitarra e comecei a esfaquear Fobos, só parei quando ele já não respirava mais, seu sangue podre havia respingado por toda minha face, o cheiro de sangue sempre me alegrou, mas esse sangue me deixou muito eufórica, mas minha total alegria só veio quando peguei o cajado era tanto poder, eu pensei comigo que agora sim eu poderia reinar sobre a terra, mas meus belos pensamentos foram interrompidos com as vozes em minha cabeça o bebezinho do mal me observava atentamente e me disse: _saboreou seu desejo, pequena?
Meus olhos brilharam diante a pergunta dei a ele como resposta umas belas gargalhadas, nada mais. Ele pareceu se contentar com minha resposta e tornou a falar, mas dessa vez me pediu ajuda para levantar, antes de levantá-lo fiz umas perguntas que não saiam da minha cabeça a primeira como ele encarnou neste bebe e a segunda como ele ira viver se ainda não pode andar sozinho?
Quando fiz as perguntas ele demorou a responder, o silencio por alguns instantes reinou, mas foi interrompido pela voz rouca e demoníaca do pequeno que me disse: _eu estou reencarnando, tenho poderes para vim quantas vezes for preciso e sei andar sozinho, não preciso que me carreguem, logo acharei outra pessoa para me criar e quando eu estiver pronto, trarei meus súditos do mal para dominarem este mundo.
Suas respostas não me agradaram, mas agora eu possuía o cajado, nada mais me importava.
Ajudei o bebê a se levantar, como não fomos apresentados eu perguntei a ele seu nome, mas a resposta foi assustadora com seu olhos brilhando ele me disse:_ sou aquele que você tanto quer conhecer,aquele que você chama de SER,o dono desse cajado que esta em suas mãos...
Com a voz tremula falei: _ não é verdade, o Ser não mataria Fobos, ele precisa dele e o Ser ainda não estava encarnado eu e o Fobos estávamos montando um corpo para ele.
O bebe caiu em gargalhadas e disse: _ onde já se viu montar um corpo, só na sua cabeça pequena e eu não matei Fobos, foi você que o matou,tínhamos um acordo, eu te dei tudo o que você queria você matou Fobos, possui o cajado e sabe quem é o SER por trás de tudo, agora é a minha vez de ter o meu objeto de desejo.
Eu não queria perguntar, mas não tinha outra saída então fiz a tal pergunta: _ qual é o seu objeto de desejo?
A resposta não poderia ser pior, com o seu olhar gélido ele respondeu: _ é você!
Ele começou a caminhar em minha direção, mas antes que chegasse perto de mim eu comecei a correr sem olhar para traz, eu tinha que fugir o mais rápido possível, não sei o que ele queria comigo, mas boa coisa não era. Quando pensei que estava salva ele apareceu, se eu já estava com medo dessa vez quase morri, não pude acreditar no que estava acontecendo como ele foi tão rápido, o terror tomou conta de mim, eu comecei a gritar, jamais em toda minha vida eu havia gritado de medo, agora eu sei como todas aquelas vitimas estavam desesperadas, eu não tinha para onde ir, nem para onde correr, ele veio ate mim, e falou ao pé do meu ouvido: _sua avó tinha razão, a sua morte será bem pior, e sabe por que, porque seu sangue cheira bem, só por isso, quero beber todo o seu sangue ate não ter mais nenhuma gota, depois abusarei de seu corpo enquanto ele apodrece aqui na floresta e esta historia sou eu quem terminará.
Com a cimitarra em mãos eu furei o pescoço de Laquesis, e suguei seu sangue, ela gritava de dor enquanto eu devorava sua carne, minha fome era enorme e cada vez eu queria mais e mais, a dor que ela sentia era terrível, ela se contorcia toda, eu adorei ver e sentir tudo aquilo, mas antes do seu ultimo suspiro eu abusei de seu corpo, eu estava insaciável,ela era mais do que pensei,passei alguns dia ao lado do seu corpo podre, e em algumas vezes abusei dele, mas minha felicidade havia chegado ao fim, um velho lenhador me achou, mas não por acaso, ele me pegou no colo e me levou, para onde, só eu sei, mas posso estar em qualquer lugar agora, inclusive perto de você.

Autora : Michelle O. Souza

terça-feira, 19 de outubro de 2010

O Ser ( A maldade que alicia)

“Já faz um tempo que ele vem como uma sombra, onde ele passa seus rastros de dor e de destruição ficam, não sei como iremos escapar desse “Ser” que ninguém nunca vê, mas de uma coisa tenho certeza se não fizermos nada morreremos”.
Essas não podem ser minhas ultimas palavras, não admito que sejam... Como tudo na vida devo lhes contar pelo inicio não pelo meio, nem pelo final, já que o final ainda é incerto, mas talvez de tudo que falei e falarei o final pode ser o mais certo e o mais vivo, pois ate agora é só nele que penso.
Ele chegou como uma pessoa normal, nada lhe parecia faltar, eu sempre tão distante de tudo e de todos só o observava,
Para mim não havia nada de estranho, a não ser seu cajado a mão esquerda, minha avo sempre me falou que visitantes que trazem coisas importantes à mão esquerda, por onde passam deixam má sorte, eu nunca acreditei na velha suja e burra, ate ver esse “Ser”, já falarei mais sobre ele.
Eu moro em Borë um pequeno povoado no meio do nada, viver aqui não é bom, Borë é um lugar frio e muito seco, as poucas pessoas que residem em Borë, só vive aqui por que são muito pobres e alguns já vivem na miséria, e eu não sou uma exceção, mas apesar do clima gelado e seco, eu acho que vivo feliz isso por que... A neve que cai nos dias mais frios do ano mostra para mim que nem tudo é tão ruim como parece ser e que um dia tudo irá melhorar e eu acredito nela.
Eu nunca fui uma boa filha, nem boa neta, muito menos uma boa irmã, sempre odiei todos, são sujos, fedidos e o pior são burros e ignorantes, para eles um punhado de comida e um colchão rasgado e imundo basta para viver, para mim não, quero ir alem, não me conformo em viver assim, e com a chegada desse “Ser” tive a impressão de que muita coisa iria mudar.
Como falei eu vivo em Borë um pequeno povoado longe de tudo, para sair daqui ou chegar aqui tem que agendar a viagem, com varias semanas de antecedência... Por ser um povoado pobre e muito pequeno quase ninguém vem aqui ou sai daqui, o trem nunca passa, só quando alguém quer mesmo partir e mesmo assim demora dias e ate semanas para ele passar, só passa mesmo quando faz uma viagem que pega o mesmo caminho o que é muito raro.
Há anos não vinha ninguém aqui, e esse tabu só foi quebrado quando o “Ser” chegou, todos em Borë ficaram admirados com a visita inesperada, e nem notaram como ele era estranho, sua respiração saia em baforadas como se ele fosse feito de fogo e estivesse perto de explodir,como não temos hotéis ele se instalou na pequena pensão suja da gorda Rans, uma mulher extremamente gorda e feia, eu sempre fui curiosa e como tal, tratei logo de ficar de olho na visita, dei a ele o nome de “SER”,
Pois ele parecia com um “ser” estranho para mim, nada mais.
Passei dias vigiando ele, e em um desses dias notei algo estranho, sua pele era azul, não um azul bonito como a neve de noite, mas um azul escuro e sombrio depois de ver como sua pele era estranha passei a vigiar muito mais eu seguia ele para todos os lugares, ele vivia de capa então ninguém nunca via sua pele, e como aqui e frio as pessoas achavam normal, eu não, mesmo no frio uma hora você tem que mostrar partes de seu corpo, eu passava horas atrás do “Ser”, queria saber o que ele queria nesse pequeno povoado pobre, que interesses ele tinha aqui... Passaram se dias para algo novo e mais estranho acontecer, dessa vez ele estava em seu quarto na pensão e eu estava escondida no quarto ao lado, como a pensão era velha havia alguns buracos na parede era perfeito, eu podia ver tudo o que ele fazia sem me cansar, estava quase anoitecendo quando ele levantou da cama onde ficou por horas, pegou seu cajado e fincou no chão bem no meio quarto, o cajado começou a tremer e uma luz forte emanou dele, eu fiquei assombrada com tudo aquilo, ele não era normal, não como todos desse lugar... Fiquei olhando atordoada com tudo aquilo, quando o cajado parou de brilhar uma voz grossa e rouca começou a falar,meus olhos se arregalaram, eu procurei a outra pessoa que falava, mas não havia ninguém no quarto só o “Ser” e o cajado... A voz por mais rouca que fosse falava claramente e foi com toda essa clareza que ela disse:
“Destrua logo esse lugar, essa terra me pertence sem o poder que nasce dela, não poderei voltar à vida e não quero que fique uma só alma viva, mande todas para mim, todas!”
Ele ouviu e não disse absolutamente nada, só fez um leve movimento com a cabeça confirmando o que tinha escutado, naquele momento percebi era o fim de Borë, eu odiava esse lugar e as pessoas que nele viviam e o pior quantas vezes não desejei que esse lugar desaparecesse e agora isso iria acontecer, a minha avó me dizia isso direto: “as palavras tem poder quando ditas com vontade e do fundo da alma”. Não lembro se havia desejado do fundo de minha alma e isso não importava agora, eu tinha que fazer alguma coisa, só não sabia o que?
Passaram se alguns dias eu ate pensei em contar para todos, mas seria loucura e ninguém iria acreditar em mim, não que eu fosse mentirosa, mais tinha a fama de ser louca, falar seria bobagem e perda de tempo e isso eu não tinha, o momento agora pedia calma e clareza, eu detestava esse lugar e todos aqui, mas não iria gostar de alguém fazendo mal a eles que não fosse eu.
Fui para as montanhas precisava pensar, e depois seguir ele para todos os lugares já estava me cansando... Subi as montanhas com certa dificuldade, estava frio e os flocos de neve que caiam não ajudava,quando cheguei ao topo,fui ate um grande pinheiro que para mim servia de abrigo e esconderijo nos dias de raiva e ódio... Pensei em desmascara-ló, mostrar ao povo sua verdadeira face, mas seria perigoso ele poderia destruir tudo, mas rapidamente, passei horas ao pé do pinheiro pensando... E não percebi quando o “ser” se aproximou, ele veio lentamente e com todo o cuidado, para não me assustar e falou: _você e ágil e muito astuta, me seguiu desde o dia em que me instalei na pensão... E por pouco quase não a percebi. Você tem futuro e seus olhos dizem que carrega um ódio enorme dentro de si...
Meu coração batia acelerado, o medo estava estampado em minha face como uma mascara, naquele momento só o que vinha a minha mente era a morte, eu sabia iria morrer e o pior nem ao menos pude salvar o povoado.
Novamente ele interrompeu meus pensamentos e disse:
_Não tenha medo... Não irei te machucar, só quero saber se você quer se aliar a mim?
_Eu... Eu ouvi tudo, você vai destruir o povoado e todos que habitam nele.
_Você é a pessoa que mais odeia aquele lugar, porque se importa... Ninguém gosta de você.
_Eu sei, não precisa me lembrar.
_Veja só o que tenho a lhe oferecer e vai ver que ganhará bem mais se juntando a mim, quer ouvir?
_Fale?
_Riquezas, poder, poderá viajar e sair dessa miséria que a cerca, terá o mundo... Tudo o que você desejar será seu.
O que achou?
_Bem tentador... Posso pensar?
_Claro minha bela jovem... Eu já vou quando se decidir me procure... Você sabe onde me encontrar e não tenha medo, não irei fazer nenhum mal a você.
Ele me olhou nos olhos antes de descer a montanha, e parecia enxergar algo que eu nem imaginava ter dentro de mim.
Sentei outra vez ao pé do pinheiro, tudo aquilo era tentador eu desejava ter todas essas coisas, e ali estava a minha grande oportunidade. Sair daquela pobreza,ter tudo que sempre desejei,seria maravilhoso, não passar mais fome, nem frio, estar limpa o tempo todo, conhecer outros lugares, ter poder,quando eu teria isso vivendo aqui, nessa miséria eu nunca iria para frente, viveria uma vida como a de meus pais, suja, pobre e fedida.
Eu pensei a tarde toda, e por muito pouco não peguei no sono, já era tarde e logo iria escurecer era a hora de ir, resolvi dar a resposta para ele no dia seguinte, eu precisava de mais tempo.
Fui para casa, se é que aquilo poderia ser chamado de casa,quando entrei,minha velha avó me disse: _cuidado menina... Cuidado!
Não entendi o que ela queria me dizer, mas não me importava, ela era só uma velha louca mesmo.
Fui para minha cama e peguei no sono tinha um longo dia amanha, cheio de importantes decisões.
Logo que amanheceu, eu me levantei, me preparei para ir à pensão, mas antes de ir observei todo o lugar, a vida daquelas pessoas estava em minhas mãos, e eu já tinha feito minha escolha não pensei em mais nada e fui logo à pensão,quando entrei olhei para a gorda Rans,uma velha suja, fedida ela me sorriu com todos aqueles dentes estragados eu a ignorei e fui até o quarto do “Ser”, eu precisava perguntar a ele o seu nome, por que chama-lo assim já estava me cansando... Quando cheguei à porta de seu quarto ela já estava aberta, ele já sabia que eu viria eu entrei com um, certo receio, mas não iria voltar atrás era a hora de agir.
Ele me olhou e sorriu parecia estar feliz com a minha decisão e disse: _ Que bom que você veio, estava a sua espera... Tenho boas noticias para lhe dar, é hoje o grande dia o dia em que tudo isso vai sumir do mapa, e seu futuro chefe ficará feliz em saber que você me ajudou, e te recompensará muito bem por sua boa ação.
_ Como sabe que vou aceitar?
_Seus olhos dizem isso minha pequena.
_quero te perguntar uma coisa, como se chama?
_Meu nome... Faz tempo que não o escuto, me chamo FOBOS, você não precisa dizer o seu, o conheço muito bem, e posso dizer que seus pais foram imprudentes em te dar esse nome LAQUESIS...
_Só espero mesmo que seja boa a recompensa, pois não gosto de pouco...
_certo. Vejo que você é ambiciosa, logo será poderosa e tudo o que desejar será seu, agora venha vamos acabar logo com isso!
Não vou negar que teve certo momento que pensei em desistir, mas minha ambição falou mais alto e resolvi continuar no caminho que eu havia escolhido,saímos da pensão e fomos para o centro do povoado,quando chegamos lá,ele fincou seu cajado no chão,e começou a falar em uma língua estranha que eu não conhecia,dessa vez não ouvi vozes,o cajado emanou um luz negra que logo desapareceu,ele tirou o cajado do chão e pegou em minha mão e me disse:
_de que forma você gostaria que eles fossem mortos?
Eu me assustei com a pergunta, mas já havia imaginado essa cena milhares de vezes “o chão se abrindo e dele saído muita lava que cobria Borë”. Só que na hora não me veio esse pensamento e sim um mais cruel, um que talvez nem o próprio Fobos, teria imaginado e já que era para ser cruel eu iria ser.
_quero que esse lugar seja devorado por insetos carnívoros, que eles comam todas as pessoas daqui uma por uma.
_Um belo desejo, e como eu te falei, todos seus desejos serão realizados...
Fobos era extraordinário, com duas palavras um enxame se insetos invadiu Borë, que aos poucos ia sendo devorada, eu não sabia, mas me agradava ver sofrimento dos outros principalmente daquelas pessoas que por tantos anos zombaram de mim, agora era minha vez de zombar deles, eles corriam de um lado para o outro, desesperados sendo devorados vivos pelos insetos, eu não contive minha crise de riso ao ver aquela cena, isso ate minha velha avó me interromper ela veio ate mim, toda deformada e disse: _ há sua hora ira chegar, e será muito pior.
Antes que ela terminasse seu velho corpo sujo caiu no chão já sem vida, Fobos e eu fomos embora já não restava mais nada para ser feito em Borë, para Fobos a missão estava concluída e para mim uma nova vida começava uma vida de riquezas e poder.
Fim por enquanto...
Michelle O.Souza

domingo, 19 de setembro de 2010

Entre uma anja e um demônio


“Ela me olhou, seus olhos estavam cheios de lagrimas que escorriam por sua face, seu coração cheio de dor clamava por paz seu belo par de asas já não batia com tanta intensidade, eu queria ajuda – lá, mas não podia ela tinha feito sua escolha e por mais que eu tentasse explicar já era um tarde para voltar atrás e ela sabia disso, sabia também que os anjos não são seres perfeitos que erramos e que temos o livre arbítrio como qualquer outro ser, mas nem sempre podemos escolher aquilo que queremos.”
Seu nome era Michelle, um nome aparentemente fraco, mas de um significado forte,
Ela era bela como o amanhecer, e era muito jovem quando descobriu um sentimento que temos em nossos corações, mas que na maioria dos anjos se desperta para ajudar e proteger, o sentimento dela se despertou para amar, para muitos de nos não é um problema, para Michelle a sua maior decisão, sua maior escolha.
Eu a avistei em um prédio, no mais alto que havia na cidade, seu olhar estava perdido no amanhecer, eu me aproximei devagar, ela estava tão perdida em seus pensamentos que, não notou a minha chegada.
_ O dia será lindo hoje!
_Miguel que bom vê-ló, tem muito tempo que esta aqui?
_Não, acabei de chegar.
_Eu estava tão deslumbrada com o amanhecer que não o vi chegar.
Foi naquele exato momento que percebi que algo acontecia e que estava deixando ela triste, ela me olhou nos olhos e respirou profundamente como se quisesse me dizer algo.
_Miguel, posso te fazer uma pergunta?
_Pode.
_Nos anjos podemos nos apaixonar por outro ser?
_Sim, eu mesmo sou um apaixonado pelos humanos, e por tudo que a neste planeta.
_Não falei deste sentimento.
_Eu entendi sua pergunta, e... Podem sim, não a nada que te impeça de amar outro ser, você tem o livre arbítrio.
Notei que seus olhos brilharam com minha resposta, ela me olhou com um sorriso lindo, aquelas palavras pereciam ter trago a ela à paz que procurava e sua alegria de viver.
_Miguel, obrigado por essas palavras, você me ajudou bastante.
Antes que eu pudesse falar ela abriu suas asas e saiu, sem se despedir.
_ “Jovens, anjos ou humanos sempre tão cheios de adrenalina...”.
Eu continuei a contemplar o belo dia que se iniciava, sem imaginar quem seria o jovem ser que havia enchido o coração de Michelle de amor.
_Rafael, posso falar com você?
_Michelle, já disse a você para não vir aqui de dia!
_Eu... Eu tenho saudades de você, e precisava vê-lo.
_Sei, mas não pode agora vá!
_Eu tenho que te contar, Miguel me disse que posso me apaixonar.
_VOCÊ CONTOU PARA MIGUEL!CONTOU A ELE SOBRE MIM?
_NAO, não disse nada a ele sobre nos dois.
_Michelle eu já disse é impossível, eu sou um demônio não posso amar, vá embora, não quero te fazer mal.
_Você é bom, pode se tornar um anjo assim poderemos ficar juntos.
_Eu não posso amar, não amo você, SAIA DAQUI AGORA.
_POR FAVOR, ME ESCUTE!
_VÁ AGORA!!!
Com lagrimas nos olhos ela abriu suas asas e se foi, ela sabia que essa união não seria fácil, varias coisas teriam que ser deixadas para trás. Mas ninguém controla o coração,enquanto voava perdida em tristezas e lagrimas,avistou Gabriel em uma colina, seu coração precisava desabafar e quem melhor para isso do que o anjo mais sensível do céu, nesses assuntos Gabriel sempre se saiu muito bem entende a alma humana e as necessidades do coração, é sábio e com toda certeza lhe daria um bom conselho.
_Gabriel, desculpe perturbar seu momento de meditação, mas me ajude, eu estou sofrendo tanto.
_O que fizeram com você, o que esta te machucando dessa maneira?
Com a voz embargada e aos soluços ela começou a contar toda a historia.
“Eu tinha acabado de ajudar uma senhora,quando o vi,em pé em uma esquina, ele era tão belo que não consegui evitar e parei para olha-ló e em um momento de distração minha, acabei ficando exposta demais, mas como sei que os humanos não conseguem nos ver ignorei, ele olhou na minha direção como se pudesse ou estivesse me vendo em cima daquele prédio, não liguei e fixei mais ainda meus olhos nos dele, percebi que ele tinha um olhar forte e penetrante e cada vez que olhava em minha direção me fazia crer que realmente ele estava me vendo, mas mesmo assim não me contive e o segui para ver ate aonde ele iria e para saber onde ele morava, ele entrou em um beco escuro eu desci para enxergar melhor o que ele fazia lá, entrei e sem perceber fui puxada pelo braço, ele me segurou pelos dois braços, olhou em meus olhos e me falou com uma voz rouca em tom de raiva e irá.
_QUE TE MANDOU AQUI? DIGA FOI O GABRIEL OU O ARROGANTE DO MIGUEL?
_Me larga ninguém me mandou aqui, vim por conta própria.
_(risos) você é uma anjinha de coragem, o que quer comigo? Não sabe que sou perigoso para você, só não a matei por pena e por ser tão insignificante, e não disse ainda o que quer comigo?
_Nada, só achei que era um humano, e também te achei muito belo.
_Como vocês anjos são fracos, se deixam levar por qualquer coisa, e por esse motivo arriscam suas vidas.
_Como um demônio pode ser tão belo, não deveria ser assim, vocês deveriam ser feios e asquerosos.
_Meu chefe foi o anjo mais belo do céu, ou não sabia?!
_Sim eu sabia, mas você não era um anjo.
_Mas sou belo como um.
_Mas deve haver bondade em você, por que ate agora não me fez nenhum mal.
_Não irei desperdiçar meu poder com você, como eu te disse para mim você é insignificante.
_Deixa eu te ajudar, ainda a bondade em você posso sentir isso.
_É melhor você ir antes que eu mude de idéia e te elimine ”.
_Depois desse dia fui vê-ló algumas vezes e ficamos bem próximos, apesar dele não demonstrar sei que gosta de mim, e a um sentimento especial entre nos dois que nos une.
 _Ele pode estar enganando você, os demônios sabem que somos bons, que amamos ajudar, ele pode ter se aproveitado da sua inocência.
_Gabriel, eu tenho certeza do amor dele por mim.
_Como pode ter certeza?
_Eu sinto isso, percebo em cada pequena atitude boa dele, e não quero perdê-lo sei que posso muda-ló, quero que me ajude a transformá-lo em um anjo.
_Michelle, o que me pede não posso fazer, não sou eu quem decide isso e não é tão fácil.
_Mas o que faço eu amo ele, é um sentimento tão cheio de vida não posso fingir que nada aconteceu.
_Eu não disse para fingir ou negar seus sentimentos, disse que não posso ajuda-lá, não tenho poder pra isso.
_Me dé uma luz, por favor, Gabriel só você pode me ajudar!
_Ouça, para ficar com ele terá que deixar de ser anjo, vai andar e viver no mundo como uma mortal e será julgada por suas ações como todos, sua vida de anjo será apagada. É isso que você quer? Acho melhor você pensar.
_Eu... Eu não tinha idéia que seria tudo tão injusto.
_Pelo contrario é muito justo, é o preço a pagar por sua escolha.
Gabriel abriu suas asas e a deixou na colina a pensar no que ira fazer, eu pensei que com aquelas palavras ela desistiria da idéia louca, mas o amor às vezes é insano e nos instiga a fazer coisas sem pensar, seu sofrimento era visível eu fiquei a pensar se ele realmente sentia o mesmo, Será que ela havia transformado um demônio com o seu amor em um ser melhor, eu queria acreditar, eu dei uma ultima olhada nela e ela continuava na colina onde Gabriel a havia deixado para pensar,eu sai e fui a procura do demônio,não precisei ir muito longe ele se encontrava no alto do prédio onde eu havia contemplado o amanhecer,o mais alto prédio da cidade ele olhava o movimento na rua como se a qualquer momento fosse se jogar.eu desci atrás dele fiz o mínimo de barulho,mas ele foi bem rápido sem olhar pra mim disse:
_Miguel, que surpresa, o que quer aqui?
_Vejo que já estava a minha espera.
_Vejo que não me enganei, Miguel o defensor dos fracos e oprimidos, o anjo que parece ser mal, mas tem um grande coraçao e ajuda a todos, sabia que viria,
_Você não mudou nada continua sem graça como sempre.
_Ah coisas que nunca mudam não é!
_O que sentes por michelle?
_É difícil um ser como eu falar de sentimentos, não fui feito pra isso, mas... Acho que estou mudando.
_Eu há segui o dia todo, e vi quando foi pedir ajuda para Gabriel, e ele disse o valor que ela ira por sua escolha.
_Sabe Miguel, eu não pensei que tanto tempo vivendo no meio da humanidade me faria tão mal.
_Vai ficar com ela?
_Nao.
_Imaginei.
_Miguel o mundo não é um conto de fadas, viver aqui não é fácil, nem pra mim que sou um demônio e nunca disse a michelle que ficaria com ela.
_Nao é isso que ela acha.
_Eu sei, mas não posso o que eu sinto por ela não é suficiente.
_Vai falar com ela?
_Sim, nem todos os demônios são mau caráter Miguel, tenho meus princípios.
_Sei... Ate algum dia Rafael.
_Ate Miguel.
Eu abri minhas asas e parti, à hora da decisão estava próxima, eu tinha feito a minha parte e não havia mais nada a se fazer, a certas coisas que só o tempo cura. Eu o segui, sabia que ele iria vê-la e ele sabia que eu estaria lá, que irai vigiar tudo e que na hora certa eu entraria em cena para dar meu apoio a Michelle, eles se encontraram na colina,
Parecia que lá era um bom lugar para um desfecho tão triste, ela olhava para o horizonte, sua expressão era a de alguém que procurava sua própria existência, como se a tivesse deixado em algum lugar por ali.
Ele se aproximou devagar, estava visivelmente triste, Rafael não era mau, só não sabia ainda o que queria para sua vida era imaturo,apesar de nos conhecermos a muito tempo ele me impressionava,tinha uma vida independente, havia momentos em que era tão cruel que nos fazia trabalhar dobrado e havia momentos em que era bom e isso me espantava, e havia momentos que era apenas um demônio na forma humana sem nada para fazer, no fundo ele tinha um pouco de amor, só não queria usá-lo dava impressão de ele guardava aquele sentimento para algum momento especial que só ele conhecia, ele se aproximou e a tocou no ombro, ela abriu um lindo sorriso quando se virou e viu que era ele, seus olhos brilhavam, ele a conduziu para perto de uns pinheiros e lá se sentaram, ela surpresa com a visita disse:
_Não esperava vê-ló aqui!Aconteceu alguma coisa?
_Michelle, eu não sou de rodeios então vou direto ao assunto,
Isso precisa acabar não podemos ficar juntos, somos seres completamente diferentes, não daria certo.
_Mas e o que eu sinto por você, não vale nada, não tem peso algum para você?O que quer que eu faça?
_Que pare de insistir nessa loucura, você no vê, não enxerga, nos não podemos, eu não posso e não quero.
_É mentira,eu sei que você me ama,sei o que sente por mim, posso sentir isso.
_Michelle, eu não amo você, agora ouça acabou, não podemos.
_VOCÊ MENTIU PRA MIM, ME ILUDIU, EU FUI TOLA EM ACREDITAR QUE, UM SER COMO VOCÊ PODERIA AMAR, EU ME ENTREQUEI PRA VOCÊ DEI TODO MEU AMOR E MEU TEMPO E OLHA O QUE RECEBO EM TROCA UM CHUTE COMO SE EU FOSSE UM LIXO.
_O QUE VOCÊ QUER DE MIM É IMPOSSIVEL, NÃO VÉ NÃO POSSO, E MENTI MESMO, É ISSO QUE FAÇO FUI FEITO PRA ISSO, NÃO POSSO MUDAR MINHA NATUREZA, NÃO QUERO MUDAR, ACABOU!Eu já vou
_VÁ O QUE FAZ AQUI AINDA, NÃO QUERO VE-LÓ NUNCA MAIS.
Eu de longe observava toda a cena, vi um demônio encontrar dentro de si um novo sentimento, vi um ser aprender com a humanidade a amar, e por mais triste que pareça também vi ele perde a chance de viver uma vida diferente, ele descobriu em seu interior um coração, mas não quis usa-ló.
Pude ver uma jovem anja descobrir que a vida não tão fácil, nem tão bela e que para cada escolha que fazemos pagamos um preço bom ou ruim pagamos um preço.
Seu choro era alto, sua dor se tornou visível, ela havia perdido o ser que mais amava,é uma dor que ate para nos anjos não a cura imediata, só o tempo sabe o remédio, mas ele não tem pressa, gosta de assistir a sua dor e quando se cansa ele aparece e com um simples toque a dor desaparece, como se nunca houvesse existido e todas as lagrimas derramadas passam a ser vagas lembranças, como uma cicatriz que esta lá para te mostrar que se você não se cuidar não prestar mais atenção outras iguais ou piores virão.
Eu não agüentei me aproximei dela, pensei que talvez um ombro amigo pudesse facilitar a passagem por esse momento difícil,quando cheguei perto,em um tom de raiva ela me disse:
_odeio ser um anjo, se eu fosse uma mortal teria mais chances com ele, sabe Miguel, de que serve ser como você ou como Gabriel se não podemos ajudar quando um amigo mais precisa, não quero isso pra mim.
Eu tentei explicar a situação, mas ela se recusou a ouvir, ele me olhou seus olhos estavam cheios de lagrimas que escorriam por toda a sua face, aquela seria a ultima vez que eu a veria, seu belo par de asas já não batia com a mesma intensidade, eu queria ajuda-lá, mas não podia, ela já tinha feito a sua escolha e já era tarde pra voltar atrás, e ela sabia disso, Sabia também que os anjos não são seres perfeitos que erramos e que temos o livre arbítrio como qualquer outro ser, mas nem sempre podemos escolher aquilo que queremos.
FIM

AUTORA: Michelle Oliveira Souza

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Do Céu ao Inferno


São Pedro – Olá, qual é seu nome?
Morto – Meu nome é Felipe, mas pode me chamar de “Lipe”.

São Pedro – Tudo bem, pelo que consta em meus registros, você morreu esmagado, não foi? Esses dados conferem?
Morto – Sim, foi isso.

São Pedro – Mas me fale onde ocorreu essa fatalidade
Morto – Bem, eu e meus miguxos, acordamos bem cedo, para irmos ao show do Cine, e blá blá

São Pedro – Resuma para mim!
Morto – tchudu bein, no show, houve um tulmuto, e eu fui pisoteado pela galera!

São Pedro – Sim, bem o que eu posso, dizer para você é desce - “DESCE”.
Anjos – KKKKKKKKKKKKKKKKKKK(risos)

Anjo 1 – Ta ficando difícil hein Seu Pedro
São Pedro – Nem me fale, ta cada dia pior, há uns tempos atrás, foi um esmagado no show dos “Menudos”, agora isso! Que decadência, aonde vamos para.
Anjos – KKKKKKKKKKKKKKKKKKK(risos)

-PASSADAS ALGUMAS HORAS-

Morto - *toc, toc, toc* [* batendo na porta]
Capeta – Quem bate?

Morto – Sou eu... Lipe abre ta frio.
Capeta – Ai ai ai “Seu Pedro vai me sacanear de novo?”

Capeta - Quem és tu ser?
Morto – Eu já não disse? Sou o Lipe

Capeta – Porra, Caralho, fala seu nome!
Diabinho – Ta complica hein chefia...

Capeta – Nem me diga
Morto – Meu nome é Felipe

Capeta – Morreu de que, Porra?
Morto – Fui pisoteado no Show do Cine!

Capeta – Puta que pariu! É Emo
Diabinho – Se fudeu hein chefia!

Capeta – Ei você, vem aqui, vigia essa porcaria e não deixa ele tocar em nada, eu vou, tirar satisfações com o Seu Pedro...
Diabinho – Sim chefia!!

Diabinho – Ei emo, não mecha em nada, to de olho em você!
Morto - você conhece a banda Cine? É muito boa, vou cantar uma musica deles pra você!

Diabinho – Não faça isso, deus me livre disso, eu prefiro o inferno a escutar isso!
Morto – Como minha vida é triste, to deprimido, vou contar a todos no twitter, a sua puta falta de sacanagem comigo ta!
Diabinho – Alem de emo é burro! I psiu. quietinho!

-ENQUANTO ISSO NA PORTARIA DO CÈU-

Capeta - *toc, toc, toc* [* batendo na porta] Seu Pedroooooooo
Oh Seu Pedrooooooooooooo! Abra aqui
São Pedro – Já vai, paciência!

São Pedro – *AAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHH* [*Grito de Susto]
Caralho, já não te disse pra não vir aqui sem avisar? Me liga antes, me manda um
E-mail!
Capeta – Não tenho tempo para frescuras, quem mandou aquela coisa colorida pra lá?

São Pedro – Fui eu, gostou?
Capeta – Claro que não! Vou trazê-lo de volta, lá ele não pode ficar!

São Pedro – Não! Não pode fazer isso não meu querido
Capeta – Posso sim, e vou fazer aquilo é fresco e colorido demais, e pode corromper meus diabinhos, e a reeducação para ser maligno custa caro!

São Pedro – E meus anjos, como ficam, se eles começarem a agir, como aquele ser, terei que joga-los lá embaixo.
Capeta – Se vira, lá não cabe aquele ser colorido!

São Pedro – Fudeu
Capeta – Ainda, não fudeu ninguém, caralho

São Pedro – Olha, sinto muito, mas ta difícil, é a crise e não, posso te ajudar.
Capeta – É o fim do mundo mesmo, vou enviar aquela bicha fresca, pro purgatório.

São Pedro – Já tem três lá, se continuarmos assim, quem vai pro inferno, sou eu.
Capeta – Foda-se vou mandar buscar aquele ser colorido.

São Pedro – Olha, faça como quiser, vou twittar, um pouco, tchau querido.
Capeta – Coisa de fudido, twittar. Twittar o caralho.




-DE VOLTA AO INFERNO-

Diabinho – Chefia, que bom que você chegou, não agüento mais, essa droga de musica.
Capeta – Pode ir

Diabinho – Como é triste a vida, *Snif... Snif* [*chorando]
Capeta – Emo tenho uma surpresinha pra você.

Morto – Ui... Adolo, surpresa
Capeta – Entra ai, é aqui que você vai ficar, boa estadia

Morto - Olá eu sou o Lipe...
Morto 1 – Eu sou o Rafa

Morto 2 – Eu sou o Luquinha
Morto 3 – E eu sou o Fabinho

Capeta – O mundo tá perdido e nem o, inferno escapa.
São Pedro – Eu que o diga...

Escrito por:Michelle O.Souza.Ideia de:Eduarddo R.Rocha
Agradeço ao Eduarddo por ter me incentivado e por ter me dado a ideia de escrever essa comedia,agradeço também por ter me ajudado na criação da historia.MUITO OBRIGADO

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

De quem é o ovo?

Pode parecer muito louco,mas botei um ovo.Eu me chamo Malhada e sou uma vaca, bem há umas semanas atrás eu botei um ovo,ou achei que botei,é complicado falar sobre isso,mas estou afim de lhes contar como tudo aconteceu.
Bem,era uma tarde linda de céu azul sem nuvens o pasto estava mais gostoso do que o normal e eu mais animada e calma também,ate que um grupo de galinhas apareceu correndo e fazendo a maior algazarra,elas falavam sobre ovos e filhotes e eu como sou uma vaca,nem liguei para a conversa delas,isso ate uma das galinhas parar na minha frente é me perguntar :Você bota ovos?
Eu achei a pergunta estranha e respondi:Não,eu não boto ovos.Porque a pergunta? Ela me olhou,olhou e disse:Se você não bota ovos o que este ovo faz atrás de você?e porque ele é malhado como você?
Eu me assustei com a pergunta dela e disse:Não há nenhum ovo malhado atrás de mim.
Com cara de raiva ela me falou:Eu não estou mentindo sua vaca burra se não acredita em mim,veja você mesma o ovo que você botou.
Eu pensei em ignorar ela e continuar pastando,mas minha curiosidade falou mais alto,quando me virei levei um susto o maior de toda minha vida,havia mesmo um ovo atrás de mim e era malhado como eu,Mas não podia ser meu pois vacas não põem ovos.
Eu fiquei um tempão olhando para o ovo para ver se descobria de quem ele era mais tudo indicava que era meu,rapidamente a historia do ovo se espalhou e todos os animais da fazenda e de fora dela vinham me visitar e ver o meu ovo quando chegavam faziam a mesma pergunta:QUANDO FOI QUE AS VACAS COMEÇARAM A POR OVOS?
Eu não sabia como responder por que nem eu mesma sabia que as vacas podia por ovos.
Passaram se alguns dias e eu já tinha me acostumado com a ideia de ser mãe,apesar de estranho eu tinha que superar o susto porque logo,logo ele ou ela iria nascer,como eu ia ser mãe tive que pensar nos nomes que daria pra eles,bem eu pensei se for menina vai se chamar Olvinilda e se for menino vai se chamar Olvino,pronto os nomes eu já tinha agora era só esperar o nascimento pra ver se era menino ou menina.
Mais alguns dias se passaram e eu como uma boa mãe sempre o mantinha limpo e aquecido,cuidava para que nada desse errado,quando chegou o grande dia me apavorei o ovo estava frio e normalmente ele era quente,ele balançava de um lado para o outro,eu não sabia o que fazer,aos poucos a casca foi se quebrando e quando percebi saiu um pintinho de dentro do ovo pra min foi um choque,Mas apesar de não se parecer nada comigo eu o amava,e em meu coração um sentimento lindo se fixava era um sentimento de grande poder,que me forçava a cuidar e proteger aquele pequeno ser,
Sei que não sou mãe biológica,Mas me sentia sua mãe de verdade, minha alegria foi enorme eu o olhei mais de perto e vi o quanto ele era lindo e indefeso,e o melhor era um menino.E como eu já havia escolhido o nome,falei pra ele e pra quem pudesse ouvir:A partir de agora seu nome e Olvino e eu sou sua mãe,ele correu ate mim e esfregou sua frágil cabecinha na minha cara aquele momento eu guardo ate hoje por que foi o mais lindo de toda a minha vida,
Com o passar dos dias ele se acostumou com meu tamanho e me seguia para todos os lugares,ele ainda era muito pequeno e frágil quando um dia uma galinha apareceu no pasto onde eu e Olvino estávamos,ela veio ate mim e me perguntou:Você e a vaca malhada que botou um ovo? eu respondi sem olhar pra ela:sim sou eu porque?
Ela me disse:porque você não pós ovo algum,fui eu que o botei,só que me esqueci onde tinha botado e o quero de volta.Quando levantei a cabeça para olhar pra ela vi que ela também era malhada como eu,sem duvida alguma,aquele foi o pior dia da minha vida meu mundo simplesmente parou diante daquela revelação e um novo sentimento invadia meu coração um que ate aquele dia eu desconhecia o "MEDO",Medo de perder o ser que eu mais amava no mundo,medo de perder meu filhinho,
Eu havia criado,educado,protegido,e o mais importante amado como se fosse sangue do sangue,tínhamos um laço como eu iria me desfazer dele,como eu iria dizer a ele que não era sua mãe e que a verdadeira estava ali e o queria de volta,
Apesar da enorme diferença que havia entre nos dois ele nunca me perguntou nada,e agora o que fazer?como agir? Eu não sabia não tinha a menor ideia de como resolveria essa situação.
No momento em que eu  pensava como irai resolver tudo, meu filho chegou correndo todo feliz gritando:MAMÃE,MAMÃE...Eu respondi:O que foi querido?que agitação é essa?Ele me olhou e me perguntou?aconteceu alguma coisa mamãe?
Tínhamos tão pouco tempo juntos e ele já me conhecia Tao bem.com um enorme nó na garganta eu me abaixei e olhei em seus pequenos olhinhos brilhantes e disse:tenho algo muito importante para lhe dizer e quero que me escute com atenção ta bom,
mim você não ser igual me faz eu te amar ainda mais,na minha cabeça a aparência não é importante mais sim o que esta dentro do coração,O que sentimos um pelo outro e mais uma coisa a sua mãe de verdade esta aqui e que você de volta,e eu não posso impedi-la de levar você,
Mas...quero que saiba que te amei desde o primeiro momento e vou te amar ate o ultimo.
Ele me olhou e disse:desde o primeiro dia soube que não era minha mãe de verdade,mas você é a mãe que meu coração escolheu pra mim e isso é o que é realmente importante para mim,
Não vou deixa-lá e nem poderia fazer isso porque há amo demais,tudo que sei foi você quem me ensinou e uma das coisas que mais tenho orgulho e de ser seu filho.
Amo estar com você,a nossa diferença só esta nos olhos e no coração daqueles que não respeitam e não amam o próximo.
Foi ouvindo aquelas palavras que percebi que tinha feito a coisa certa,meu coração se encheu de alegria com aquelas palavras,a mãe biológica dele se aproximou e me disse:Eu o levaria se quisesse,Mas vi que você tem tudo o que ele precisa pra ser feliz e isso me acalma o coração,cuide bem dele.
Ela olhou pra mim e se foi e eu e meu filho somos felizes e nos amamos muito apesar da diferença.
AUTORA:MICHELLE OLIVEIRA SOUZA